1. “Jogadores de Carta” na verdade é uma série de Cézanne conformada por 5 quadros, finalizada em 1905. E foi um dos seus últimos trabalhos, porque faleceu em 1906.
2. Provavelmente Cézanne se inspirou em uma tela do século 17 dos irmãos Le Nain exposta em um museu da sua cidade natal, Aix-en-Provence. Já que esse tema não era popular na época do artista.
3. Representa o que se conhece na arte como cena de gênero, onde o artista mostra uma cena do cotidiano, como aqui, onde dois ou mais homens se reúnem para jogar ou ver jogar as cartas.
Cadê o tempo, Cézanne comeu!
4. Em nenhum dos quadros existe temporalidade, porque não há ação. Não existe troca de olhares, emoções estampadas em seus rostos, os personagens simplesmente estão ali. E o tempo passa tão preguiçoso, que dá a sensação de não passar. Para alguns críticos, Cézanne chegou a converter essas cenas de gênero em cenas de natureza morta, mas o que ele pretendia segundo Richard Shiff,
era simplesmente não categorizar os elementos dentro da cena, que os objetos tivessem tanta importância como os seres humanos.
5. Há controvérsias sobre qual quadro pintou antes e a sequência de criação. A princípio, a teoria era que teria pintado primeiro as telas com maior número de personagens, e daí tivesse avançado para uma simplificação compositiva.
Mas depois de estudos exaustivos, atualmente a tese mais aceita é que começou ao contrário, com as telas com apenas dois personagens para as de 5 personagens.
“Os Jogadores de Cartas”, onde vistá-los?
6. A série está por todo mundo (levando em conta os estudos realizados), mas as telas principais se encontram nos seguintes locais/museus:
– Museu D´Orsay/Paris
– Coleçao Particular/Qatar
– The Courtauld Gallery
– MET/New York
– Barnes Foundation/Filadélfia
7. Nesses quadros se evidencia como o artista abriu caminhos para os seguintes “irmos” do século 20.
Suas figuras mais alongadas como no quadro da “The Courtauld” podem ter sido a base do que viria a fazer mais tarde Modigliani. E sua simplificação das formas inspiraram a Braque e Picasso a desenvolver o cubismo. Picasso chegou a afirmar:
Cézanne é o pai de todos nós.
Braque conheceu pessoalmente a Cézanne e dizia sobre ele: “Ele atou sua vida em sua arte, sua arte em sua vida”.
8. Gustave Coquiot, escreveu sobre esta série em 1919:
Esta é a própria vida, sem exagero ou embelezamento teatral. E não é realista porque tudo é reforçado pela cor e desenho. Estes jogadores de cartas estão em pé de igualdade com as mais belas obras de arte do mundo.“
“Os Jogadores de Cartas” entre os quadros mais caros do mundo
9. Um dos quadros dessa série se encontra entre os mais caros do mundo. Pertencia ao grego George Emiricos. E foi vendido para a família real do Qatar por 250 ou 300 milhões de dólares.
O preço não é exato pelo tema cambial e porque a venda foi privada. Mas dizem que o valor estaria mais próximo dos 300 do que dos 250 milhões \o/ É a segunda versão que você vê no item 6!
+ fofocas do mercado da arte: Em fevereiro de 2016, um dos homens mais poderosos no mundo das finanças (Kenneth Griffin) comprou dois quadros de arte contemporânea por 500 milhões de dólares \o/. Uma obra de Willen de Kooning, pelo qual teria pago 300 milhões de dólares (“Interchange”, de 1955). E outra de Jackson Pollock por 200 milhões (“Number 17A”, de 1948).
E só por curiosidade, em 1989, essa tela de Kooning havia sido comprada em um leilão na Sotheby´s pelo japonês Shigeki Kameyama. Por 20,6 milhões de dólares, que baita investimento, hein?!!!
Roubo no museu!
10. A obra que se encontra hoje no Museu D´Orsay foi roubada em 1961. Quando isso aconteceu, ela formava parte de uma exposição em Aix-en-Provence. Meses depois e para celebrar criaram um selo comemorativo.