Jasper Johns: “Pegue um objeto. Faça algo com ele. Faça outra coisa com ele.”
Jasper Johns – as bandeiras
Entre 1954 e 1955, Jasper Johns criou suas famosas bandeiras usando a técnica da encáustica – cera aplicada à pintura e polida com linho. Uma grande revolução, com a incorporação do cotidiano ao imaginário norte-americano.
Essas obras são como metamorfoses, já que ele não usa uma bandeira real, mas uma representação pintada.
Uma imagem de uma bandeira que retrata um objeto, mas que muitas vezes, o espectador que faz “un passant”, pode acreditar que esteve diante da própria bandeira. É algo que sempre está presente na obra do artista, essa oscilação entre ilusão e realidade.
Jasper Johns: “as imagens são as coisas que a mente já conhece”.
“Fool´s House” (1972) de Jasper Johns
Em “Fool´s House” (Casa de Tolos) o principal objeto é uma vassoura, cuja função principal é varrer, mas o artista mistura a essa função literal, uma referência ao seu labor de pintor. A vassoura como pincel. Algo já explorado por artistas anteriores, como o barroco – Vermeer.
Em “Carta de Amor” (1668 – 1669), o holandês coloca uma vassoura junto à porta. Ela representa o pincel de Vermeer na porta de seu estúdio. Com isso, nos coloca diante de uma metapintura – uma pintura dentro de outra.
Nesse período do barroco, a vassoura dentro de uma cena doméstica poderia sugerir que um casamento foi esquecido ou posto de lado.
Além da vassoura como pincel, na obra de Jasper Johns, temos outros objetos de estúdio: a toalha, o esticador e a xícara.
Jasper Johns e o duplo – “doppelganger”
Jasper Johns trabalhou muito com a técnica da gravura, influenciado diretamente pela artista, Tatyana Grosman, uma gravadora européia que montou uma oficina em West Islip (New York), onde ele trabalhou por décadas.
Ele realizou gravuras de diversas obras, entre elas “Fool´s House”. Mas é interessante dar uma olhada na se encontra na Tate, uma grisalha. Uma outra “metamorfose” também comum na sua trajetória, que ele alcança trabalhando com o conceito de “doppelganger” popularizado por Dostoiévski em “O duplo”.
E tal como em Dostoiévski, seus duplos são escuros, quase agressivos.
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