Frida Castelli:
“Não gosto de falar sobre mim. Meu trabalho é muito mais importante e mais interessante”.
Tal qual outra amada italiana, não sabemos sequer se esse é o verdadeiro nome dessa artista. Qual sua idade? Sua formação? Perguntas sem respostas. Parece que a única (quase) certeza é que vive em Milão. Ao menos é nessa cidade que se encontra durante a pandemia do Covid.
Ela se fez famosa através de sua conta de Instagram, mas sua arte dista da digitalidade, tal qual sua vida privada.
Ela desenha à mão em uma folha de papel em formato A3 sem nenhum processamento da imagem. Para criar suas obras, usa pincéis, rotuladores e lápis de cor.
Entrevistas – Frida Castelli
Suas entrevistas nos dão pistas sobre sua obra e suas motivações.
Entrevistador: Em nosso encontro anterior, você disse que sua arte é, antes de tudo, autobiográfica. Isso ajuda a entender cada uma das diferentes etapas pelas quais você passou: a fase solitária dos primeiros meses, a fase melancólica ligada à presença / ausência de um homem misterioso e aquela dolorosa durante a qual você se relacionou com seres abstratos e elementos antropomórficos.
Frida: Minhas ilustrações descrevem minhas emoções. Acho que representam um paradoxo entre algo extremamente público e privado. Às vezes pode ser complicado expor-se a um público de estranhos e ainda mais mostrar uma parte da vida que deveria ser privada. É sobre ser vulnerável, mas também estar ciente de ser exposto a julgamento, censura e, às vezes, à banalização. O motivo pelo qual ainda hoje continuo desenhando é porque me permite me ver de fora. Por meio dos desenhos, posso manter vivas emoções que, de outra forma, não conseguiria lembrar tão profundamente.
Para ver a entrevista completa: https://www.picamemag.com/frida-castelli-intervista/
Entrevistador: Suas ilustrações são como quadrinhos, não apenas ilustrações, elas estão nos contando uma história na qual existe um protagonista. Quem é essa mulher? Quem ou onde você tira a inspiração para a “vida” dela?
Frida: Em minhas pinturas, falo sobre minha história de amor à distância. Estou expressando minhas emoções e meus desejos.
Entrevistador: A sua protagonista às vezes é vista em busca de uma baleia ou às vezes estremece com o prazer que um polvo lhe dá. Essas imagens são metáforas de um homem (que mal aparece)?
Frida: Ambos são representações de uma memória. No caso do polvo, me inspirei no shokushu goukan, um estilo erótico japonês que mostra mulheres tendo relações sexuais com criaturas com membros em tentáculos.
Entrevistador: Seu perfil do Instagram diz: “O amor é o diabo”. O que você quer dizer? O que é amor para você ou para seu personagem?
Frida: Eu não posso dar uma definição. É um sentimento que evolui tão rapidamente que se você o isolar com palavras, você corre o risco de não ser mais capaz de reconhecê-lo quando sair para tomar ar fresco.
Entrevistador: O entusiasmo transmitido em seu trabalho lhe dá inspiração? É comum dizer que somos bons quando comunicamos o que sentimos. Você fica animado ao criar essas ilustrações?
Frida: Não nunca. Sinto, sim, uma profunda melancolia, porque estou descrevendo um momento que já aconteceu e fico com uma sensação de vazio por não saber quando isso vai acontecer novamente.
Para ver a entrevista completa:
https://www.artemperature.com/interview-with-frida-castelli-instagrams-queen-of-erotic-illustration/
Em outra entrevista para Dana Berghes, perguntaram para Frida, com qual artista vivo ou morto ela gostaria de tomar um café? E ela respondeu, com Andrea Pazienza (1956 – 1988), ilustrador e pintor italiano.
Para ver outras obras da artista, além de siga-la no Instagram @fridacastelli, vale a pena entrar em sua loja: http://www.fridacastelli.com