Guias Arte 365

Futurismo

Futurismo é um movimento que nasce com o manifesto de Filippo Tomaso Marinetti (1876 – 1944). Como forma de propaganda e afirmação, Marinetti publica seu manifesto na primeira página no epicentro da arte naquele momento – Paris.

o Manifesto Futurista – o Futurismo em palavras

Futurismo
1. Queremos cantar o amor ao perigo, o hábito da energia e da temeridade.

2. A coragem, a audácia e a revolta serão os elementos essenciais da nossa poesia.

3. Até agora a literatura refletiu a imobilidade melancólica, o êxtase e o sono. Nós queremos exaltar o movimento agressivo, a insônia febril, a corrida, o salto mortal, o soco e o tapa.

4. Declaramos que o esplendor do mundo se enriqueceu de uma nova beleza: a beleza da velocidade. Um automóvel de corrida cuja carroceria é adornada por grandes tubulações como serpentes de alento explosivo… um automóvel que ruge, que parece correr acima da metralha, é mais belo do que a Vitória de Samotrácia.

5. Queremos cantar o homem ao volante, cuja lança ideal atravessa a Terra, ela própria lançada no circuito de sua órbita.

6. É preciso que o poeta se consuma de ardor, esplendor e prodigalidade, a fim de aumentar o fervor entusiástico dos elementos primordiais.

7. Só há beleza na luta. Não existe obra-mestra sem um caráter agressivo. A poesia deve ser um ataque violento contra as forças desconhecidas, para fazer com que se prostrem diante do homem.

8. Nós estamos sobre o promontório extremo dos séculos!… De que vale olhar para trás, no momento em que nos cabe arrebentar os portais misteriosos do Impossível? O Tempo e o Espaço morreram ontem. Agora vivemos no absoluto, pois já criamos a velocidade eterna e onipresente.

9. Queremos glorificar a guerra – a única higiene do mundo –, o militarismo, o patriotismo, o gesto destruidor dos anarquistas, as belas ideias pelas quais se morre, e o desprezo pela mulher.

10. Queremos demolir os museus, as bibliotecas, combater o moralismo, o feminismo e todas as covardias oportunistas e utilitárias.

11. Cantaremos as grandes multidões agitadas pelo trabalho, o prazer ou a revolta; as multicoloridas e polifônicas marés revolucionárias nas capitais modernas; a vibração noturna dos arsenais e dos estaleiros incendiados por violentas luas elétricas; as estações ferroviárias vorazes devorando serpentes que fumam; as fábricas suspensas nas nuvens pelos fios de suas fumaças; as pontes lançadas, como saltos de ginastas, sobre rios ensolarados que brilham como uma cutelaria diabólica; os paquetes aventureiros farejando o horizonte; as locomotivas de peito largo, que batem as patas nos trilhos, como enormes cavalos de aço embridados por longos tubos; e o voo deslizante dos aeroplanos, cujas hélices estalam ao vento como bandeiras e aplaudem como uma multidão entusiasta.

O futurismo plástico

Um ano depois do lançamento do manifesto é quando o movimento começa a produzir obras de arte, com a incorporação dos artistas:
1. Umberto Boccioni (1882 – 1916)
2. Carlo Carrà (1881 – 1966)
3. Gino Severini (1883 – 1966)
4. Giacomo Balla (1871 – 1958)

Formas únicas de Continuidade do Espaço – Boccioni

Formas únicas de Continuidade do Espaço - Boccioni
1913 | MOMA | Bronze | A peça do museu foi fundida entre 1931 e 1934.

Dinamismo de cachorro com corrente – Giacomo Balla

Futurismo
1912 | Albright-Knox Art Gallery | Buffalo

Estados da Mente I, II e III -Boccioni

Futurismo
1913 | MOMA

Martelo pneumático – Jacob Epstein

Futurismo
1913 | Museum and Art Gallery | Birmingham | A peça foi destruída pelo artista, essa é uma reconstrução realizada em 1974.

O futurismo no livro: “Isso é arte?!” do Will Gompertz