James Ensor (1860 – 1949) é um artista belga que influenciou os expressionistas e surrealistas.
É louco como suas telas passam de uma adorável natureza-morta com flores a uma cena de gênero povoada por esqueletos vestidos “a la moda”.
Também jogou com o limite entre a figuração e abstração, principalmente em suas paisagens.
Praticamente não saiu de Ostende durante toda sua vida. Inclusive não abandonou a cidade durante a 2a. Guerra Mundial, período que a cidade sofreu com bombardeios. Por isso vale a pena conhecer a casa que ele viveu desde 1917 até sua morte e na atualidade, convertida em museu.
James Ensor e Van Gogh
Em 1883, James Ensor foi um dos fundadores do grupo “Les XX”, grupo dos 20 em Bruxelas. As exposições do grupo foram a principal vitrine fora de Paris da arte de vanguarda. Em um delas, a de janeiro de 1890, convidaram Van Gogh para mostrar alguma de suas obras. A polêmica ao redor do convite foi tanta, que um de seus membros acabou sendo expulsado ao falar no jantar de inauguração que o artista era uma fraude.
Tinha uma verdadeira obsessão pelo Carnaval e pelas máscaras, o que está presente em sua obra. Mas também na sua vida, criou com amigos em 1898, o baile beneficiente da rata morta, nome peculiar 😉 – “Bal du Rat Mort”.
No final da sua vida compôs alguma peças musicais e também criou coreografias, tal qual os artistas do Renascimento também colaborou com a encenação de obras de ballet.
Curiosidade: o artista é citado no capítulo 108 do “Jogo da Amarelinha” de Julio Cortázar, quando Oliveira descreve a uma “sem teto”.
— Parece uma versão piorada de Grock. Ou algumas figuras de Ensor. É sublime. Como é que esses dois vão se arranjar para fazer amor? Porque não me diga que eles se amam à distância (p. 576).