Guias Arte 365

Joan Mitchell – 10 fatos

Joan Mitchell (Chicago, 1925 – Neuilly sur Seine, 1992)

1. Nasceu em Chicago, relevante porque começou sua formação no icônico Instituto de Arte de Chicago. Aliás um museu que sou louca para conhecer desde que assisti “Vivendo a vida adoiado”.

2. Em 1950, pintou suas últimas obras figurativas. Ao se mudar para New York em 1947, pouco a pouco foi “fazendo seu” o Expressionismo abstrato, e digo fazendo seu, porque desenvolveu uma linguagem diferente dos outros artistas do movimento.

Mas também é certo afirmar, que essa foi uma tônica na produção feminina do movimento, que será muito singular, mais diferentona. É só pensarmos na própria Mitchell ou em Helen Frankenthaler.

Joan Mitchell
3. Essa foi uma de suas primeiras obras abstratas. “Sem título” é de 1951 e foi o carro-chefe ( o abre-alas!) da sua 1a. exposição individual na “The New Gallery” (New York) em 1952.

4. Antes de sua primeira individual, participou da coletiva “9th Street Show”, que marca o debut formal do grupo dos expressionistas abstratos, o primeiro movimento artístico americano com impacto internacional. Junto a ela, outros 73 artistas, dentre o quais 11 mulheres.

5. Desde 1948 passou longas temporadas na França. Até que em 1959 se estabeleceu de vez em Paris. Com a morte de sua mãe em 1967, utilizou sua herança para comprar uma propriedade em Vétheuil, bem perto de Giverny, último refúgio de Monet.

6. As pinturas de Monet dos nenúfares tiveram um tardio reconhecimento em Estados Unidos, por volta da década de 1950.

No contexto do “Renascimento de Monet”, em 1957 e 1958, Mitchell participou em exposições dedicadas à noção de “impressionismo abstrato”, termo cunhado pela sua amiga Elaine de Kooning. A aproximação entre os dois artistas foi reforçada pela mudança de Joan Mitchell para Vétheuil.


7. De acordo com a historiadora da arte Linda Nochlin, o “significado e a intensidade emocional [das imagens de Mitchell] são produzidos estruturalmente, por assim dizer, por toda uma série de oposições: traços densos versus traços transparentes; estrutura em grade versus construção mais caótica; peso sobre a parte inferior da tela versus o peso na parte superior; o claro versus o escuro; as justaposições de matiz harmoniosas e conflitantes – todos são sinais potentes de significado e sentimento.”

8. E quem disse que a arte abstrata não pode ser autobiográfica? Aqui temos “La Vie en Rose”, que faz referência ao fim do relacionamento de Mitchell com o pintor canadense Jean Paul Riopelle, que ela chamava de Rosa Malheur (Infortúnio).

Depois de conhecer Riopelle em 1955, Mitchell escreveu a um amigo: “La vie en rose começa” – uma referência a Edith Piaf, cantora adorada pela artista. Essa obra pertence ao MET (NY) e mede 2,80 por 6,81 metros!

Joan Mitchell

9. Sobre seu processo criativo: ”Eu pinto um pouco, depois sento e olho para a pintura, às vezes por horas. Eventualmente, a pintura me diz o que fazer.”

10. Ela fez parcerias com outros artistas ao longo da sua vida. No ano de 1992 produziu uma série de litografias em New York – “Poems 1992” em colaboração com o poeta Nathan Kernan e o gravador Kenneth Tyler.

Esse foi um de seus últimos trabalhos. Um mês após finalizá-lo, ela foi diagnosticada com um câncer em estado avançado. Ela retornou à França e faleceu no dia 30 de outubro de 1992.
Joan Mitchell
(Ela também escreveu poemas. Com apenas 10 anos publicou “Outono” na revista “Poetry”, para a qual sua mãe trabalhava como editora).

Joan Mitchell | How to look at an abstract painting

Um extra pra quem chegou até aqui 😉