Se supõe que a arte não pode salvar o mundo,
mas pode mudar a forma em que você vê o mundo”.
Jean René, artisticamente JR, nasceu em Paris em 1983. Com 15 anos começou com os grafites, “fazendo da cidade sua tela”.
JR e a rua como galeria de arte
Até que um belo dia encontrou uma câmera no metrô. Então, começou a documentar o que ele e seus amigos faziam, suas aventuras pela cidade.
Até que em dado momento, começa a colar pela cidade suas fotografias em formato A4/A3. Ele já tinha 17 anos.
Uma forma de transformar a rua em sua galeria. Para isso, emoldurou suas fotografias com tinta. A função da moldura, era marcar a distância com a publicidade.
Portrait d´une Generation – Paris
Data de 2004 seu primeiro grande projeto intitulado “Carnet de Rue”. Nele realizou fotografias dos moradores de Les Bosquets, para dar visibilidade àquelas pessoas.
Até que nos distúrbios de 2005, suas fotografias foram usadas para fomentar o discurso de ódio e ele voltou ao bairro para mostrar esse engano. Com fotos realizadas com uma lente 28 mm, que geram uma relação quase íntima entre fotógrafo e fotografado, e nasceu “Portrait d´une Generation”.
Face 2 Face – Palestina e Israel
Ele escancara com suas instalações nossas semelhanças, mesmo em zonas de grandes conflitos, onde a luta está baseada em supostas diferenças.
Quem se atreveria a ir a Palestina e Israel sem apoio institucional? E ainda por cima, colar fotos nos muros que separam raivas e medos?
Ele fotografou pessoas de ambos os lados , que exerciam a mesma profissão e as colou juntas. E perguntava, e agora, quem é quem?
Women are heroes
Ele humaniza essas mesmas zonas de conflito, colocando rostos ou apenas os olhos, muitas vezes de crianças e mulheres, normalmente as grandes vítimas e na maioria dos casos, sem voz.
Essa é a premissa do projeto a escala mundial “ Women Are Heroes” que chegou a favela Providência no Rio de Janeiro.
Inside Out
Nas áreas, onde o conflito não é tão evidente, tenta conectar outras vez as pessoas. Mostrar a importância que cada um tem nas grandes mudanças, porque nas palavras do próprio artista, “se você ao menos não acredita nessa mudança, ela não tem a menor condição de acontecer”.
E com esse objetivo criou “Inside out” pedindo a todos nós que “empapelemos” nosso entorno. Desmitificando a velha desculpa, mas quem sou eu no frigir dos ovos?
Site oficial: http://www.insideoutproject.net/en
Ao descobrir o projeto “Inside Out” fiquei imaginando o impacto que seria empapelar o mundo com todos os rostos das vítimas do Covid. Porque depois de meses imersos na pandemia, parece que as pessoas já não se afetam com os números diários de mortos.
Como seria ver todos esses rostos estampados, todas essas vidas perdidas olhando para nós?
Na verdade, o fato da arte não poder mudar as coisas, faz dela uma área neutra, para trocas e discussões. E dessa maneira, faz com que seja capaz de mudar o mundo”.
O que vemos, muda quem somos”.
Site oficial do artista: https://www.jr-art.net (todas as fotos foram retiradas desse site).
Para saber mais sobre o artista, recomendo o livro – JR: Can Art Change the World?