O Casal Arnolfini é uma das obras mais famosas da arte ocidental e uma das estrelas da National Gallery de Londres. Criada por Jan van Eyck em 1434.
No século XVI estava nas mãos de Margarida da Áustria, Regente dos Países Baixos. A partir dela, migrou para a coleção real espanhola. Em seguida, aparece na posse de James Hay, um soldado escocês que estava na Espanha durante a Guerra Peninsular (1807-1814). Não sabemos como Hay o conseguiu, mas ele o trouxe de volta para a Inglaterra e foi comprado pela National Gallery em 1842 por 600 guinéus. Foi a primeira pintura holandesa a integrar a coleção do museu.
O Casal Arnolfini no Top100 Arte
O Casal Arnolfini – seu contexto
Como vimos no vídeo, esse retrato está cheio de mensagens. Fala do casal e do ambiente que circulavam, Revel diz que isso foi comum no século 16, mas já observamos esse mesmo esforços de codificação nessa tela do século 15.
[…] o século XVI é o de um intenso esforço de codificação e controle dos comportamentos. Submete-os às normas da civilidade, isto é, às exigências do comércio social. Existe uma linguagem dos corpos, sim, porém destina-se aos outros, que devem poder captá-la. Ela projeta o indivíduo para fora de si mesmo e o expõe ao elogio ou à sanção do grupo. As regras da civilidade que se impõem então podem ser compreendidas como uma manobra para limitar ou até mesmo negar a vida privada. Assim, podemos tentar acompanhar ao longo de três séculos o desloca- mento dessa fronteira que progressivamente circunscreve o privado ao íntimo, depois o íntimo ao secreto ou até ao inconfessável (REVEL, 2009, p. 169-170).
Há muitos objetos que falam do estrato social dos Arnolfini, mas são suas roupas que tornam isso mais evidente:
É por suas vestimentas que van Eyck os localiza no mundo externo. Ambos usam os produtos que fizeram Bruges o centro do império comercial – pele, seda, lã, linho, couro, ouro – e personificam a riqueza da cidade naquela época. Vestidos para impressionar, estão eles marcando seu status na sociedade. Para os colegas, familiares e amigos para quem a pintura foi feita para impressionar, o código está perfeitamente claro. Isto sugeria discreta ostentação, e celebrava a classe do mercador em todo o refinamento que lhe era permitido ostentar (HICKS, 2012, p. 22).
O Casal Arnolfini – código de cores
É interessante ver que até os pigmentos utilizados falam da riqueza pela qual se movia o casal retratado.
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